Voltando ao papo da prevenção, quero colocar para vocês uma das pautas que converso sempre com o meu Ginecologista. Ele me mostrou uma reportagem, fresquinha que fala justamente sobre o câncer de ovário!
Pouco frequente, o câncer de ovário é também o tumor ginecológico mais difícil de ser diagnosticado e com as menores chances de cura. Por causa da rápida evolução da doença, cerca de 75% dos casos são descobertos já em estágio avançado.
Jesus Paula Carvalho |
Qual é a incidência do câncer de ovário?
A estimativa de incidência do câncer de ovário no Brasil pe de 6.190 novos casos em 2012, o que corresponde aproximadamente a seis casos para cada 100 mil mulheres/ano.
O que causa e como se desenvolve o câncer de ovário?
O câncer de ovário é um grupo de doenças com etiopatogenias diferentes. O mais frequente e também o mais grave é o carcinoma, que corresponde a aproximadamente 80% dos casos. Durante muito tempo procurou-se, sem sucesso, encontrar a lesão inicial do câncer de ovário, ou seja, a doença pré-invasiva ou carcinoma in situ. Essa já é bem conhecida em outros órgãos, como colo do útero, vagina, vulva e endométrio, porém não no ovário. Nos últimos anos, entretanto, grande quantidade de estudos identificaram a lesão intraepitelial do carcinoma seroso. A grande surpresa dos estudos pé que essa lesão encontra-se na parte terminal das fímbrias tubáricas. Dessa forma, as evidências mostram que o carcinoma seroso até recentemente considerado o principal maligno do ovário é na verdade uma doença secundária, suja origem está nas tubas uterinas.
Anatomia útero e ovários. Fonte imagem |
Existe uma maneira de prevenção primária? E secundária?
A forma mais efetiva de prevenção primária é a remoção das tubas uterinas nas pacientes de alto risco. A inibição da ovulação com uso de anovulatórios orais por períodos superior a cinco anos também tem impacto na redução da incidência de câncer de ovário.
Ultrassom endovaginal deve ser considerado como exame de rotina para a prevenção do câncer de ovário?
Considero que a ultrassonografia endovaginal, incorporada ao exame ginecológico incial, aumenta em muito a precisão do diagnóstico ginecológico, porém não acredito que tenha impacto na prevenção do câncer de ovário ou na redução da mortalidade pela doença. Diferentes estudos já demonstram isto. (...)
Qual a característica das mulheres que podem desenvolver este câncer?
O principal grupo de risco para o câncer de ovário pe constituído pelas mulheres portadoras das mutações dos genes BRCA1 e BRCA2 cuja incidência na população é baixa. Esta mutações conferem um risco de até 50% de desenvolverem o câncer de ovário ao longo da vida. A pesquisa destas mutações, ainda não está incorporada na prática do exame, mas o ginecologista deve estar atento para a história familiar de câncer de ovário e de mama. Também deve ser observada a história de mortes na família sem causa definida porem com ascite. Quando as evidências forem muito fortes de histórico familiar da doença a pequisa das mutações deve ser considerada. Assim como a salpingectomia profilática em mulheres no menacme ou então a salpingo-ooferectomia nas mulheres pós-menopausa.
Existe algo de novo em relação a imunologia e genética?
Pacientes com história familiar de câncer de ovário e mama devem receber aconselhamento genético e eventualmente pesquisa de mutações. O que existe de novo é o conhecimento que é uma doença metastática mesmo quando é aparentemente inicial. Isto abre caminho para redirecionar o rastreamento e diagnóstico precoce para as tubas uterinas. Talvez com pesquisas moleculares de material obtido das tubas, poderemos chegar ao diagnóstico precoce.
O tratamento deve ser feito pelo ginecologista ou pelo oncologista?
O tratamento é necessariamente multidisciplinar. A cirurgia deve obedecer princípios oncológicos sob o risco de requerer nova intervenção. O estadiamento completo é de suma importância principalmente nos casos inciais em que define a necessidade ou não de quimioterpia. A doença tem evolução rápida e mesmo nos estádios mais iniciais (estádio la) a mortalidade supera os 15%, enquanto nos casos avançados (estádios III E IV) chega a 70% em cinco anos. É mais prudente que pacientes com câncer de ovários sejam tratadas cem centros de referência e por especialistas no assunto.
Por onde deve começar o tratamento ?
O primeiro passo é o diagnóstico que pode ser obtido no exame do espécime cirúrgico nos caos operáveis ou através de biopsias guiadas nos casos inoperáveis. Quando houver possibilidade de cirurgia citorredutora ótima, a sequência ideal é a cirurgia seguida de quimioterapia. Nas pacientes sem perspectiva de citorredução ótima, a quimioterpia neoadjuvante seguida da cirurgia é a mais recomendada. A radioterapia tem indicações muito restritas e pontuais.
Agora vejam nesse quadro a incidência de câncer no Brasil em 2012. Independentemente se tem histórico familiar, você MULHER DEVE pedir exames, como disse anteriormente: NÃO EXISTE SIMPATIA QUE FAÇA VOCÊ SONHAR QUE ESTÁ COM CÂNCER!!!
Fonte: Revista SOGESP - Janeiro/Fevereiro de 2012, ed 98, pg 10 - 11
Beijos e abraços!
Informações muito úteis! Valeu pelo alerta! Abraço
ResponderExcluirNossa menina muito boa a reportagem e muito importante essas informações!!!
ResponderExcluirbeijos
Adorei o post e adorei mais ainda o da dominatrix! Eu tb era liiiinda e me achava o bagulho... Hoje tô pior por nao me dar valor... Afeeee Vamos nessa! Um bjoooo
ResponderExcluirOlá, Ex Não Vaidosa!
ResponderExcluirJá tinha lido esse texto hoje de manhã, só não consegui comentar. Voltei com mais calma agora.
Essa questão da prevenção é muito importante. É preciso fazer exames periódicos e acho muito legal esses artigos que você coloca aqui no seu blogue, porque nos alertam.
Não conseguiremos prevenção de tudo, mas o que estiver ao nosso alcance deve ser feito. É o mínimo que podemos fazer pela nossa saúde. Usar o que a medicina já tem de disponível.
Valeu pelas informações, não sabia a maioria das coisas que você colocou nesse post.
Um grande abraço!